segunda-feira, 28 de junho de 2010

Sony Ericsson Xperia X10 é impressionante

 
Primeiro smartphone Android da Sony chama a atenção com processador de 1 GHz, câmera de 8.1 MP e tela de 4 polegadas, mas problemas com software desapontam
Os vídeos do Sony Ericsson Xperia X10 e sua suave e elegante interface já são conhecidos na internet, bem como suas especificações técnicas impressionantes, que incluem uma tela de 4 polegadas, um processador Spandragon e uma câmera de 8.1 MP. Mas será que ele atende às expectativas? Depois de passar algum tempo com o aparelho, fiquei dividida. Embora eu ame o hardware, o software tem bugs e por vezes é lento. E frente a deficiências como a ausência de multitoque e a omissão de uma versão 2.0 do sistema operacional Android, não posso recomendá-lo face concorrentes como o Motorola Droid e o Google Nexus One.
Design elegante
O design do X10 é inconfundivelmente Sony: como seu irmão Xperia X1 (baseado no sistema operacional Windows Mobile), este aparelho tem um perfil esquio que chama a atenção, um corpo com curvas elegantes e um esquema de cor em preto e cromo elegante. Medindo 11.9 x 6.3 x 1.2 cm o X10 é ligeiramente maior que a maioria dos outros smartphones (como o Nexus One, por exemplo) e é um pouco “desajeitado” nas mãos. O peso é de 136 gramas. 

Sony Ericsson Xperia X10 - 284px
Xperia X10: imponente e com design tipicamente "Sony"
Três botões físicos - Menu, Home e Back - ficam logo abaixo da tela. Embora eles sejam fáceis de pressionar, não são sensíveis ao toque. Ocupando o topo do X10 estão um conector para fones de ouvido (com plugue de 3.5mm padrão), uma porta mini USB e o botão de força. O botão da câmera e o controle de zoom digital e volume ficam na lateral direita.
O motivo do X10 ser maior que a média é sua tela de 4 polegadas com resolução de 480 x 854 pixels (WVGA), que é maior que as telas de aparelhos como o Nexus One e o Motorola Droid (3.7 polegadas), ou o iPhone 3GS (3.5 polegadas). Apesar da beleza, a tela nem sempre respondeu como gostaria. Por exemplo, para desbloquear o aparelho tive que passar o dedo várias vezes na tela até ela registrar o gesto. 
Posso viver sem multitoque, mas sua omissão de um aparelho tão poderoso e com uma tela tão grande certamente desaponta. Interagir com apenas um toque por vez é desagradável, especialmente ao lidar com o teclado nativo do Android, que é apertado e lerdo. E embora eu goste do perfil esguio do X10, ter um teclado QWERTY de verdade em vez de lutar com o teclado virtual valeria o tamanho extra.
Android à moda Sony Ericsson
Assim como a Motorola e a HTC, a Sony Ericsson desenvolveu sua interface gráfica proprietária (chamada UX, de User eXperience, e conhecida pelo codinome “Rachael”) que roda sobre o Android. A empresa anunciou às vésperas do Mobile World Congress em Barcelona que tanto o X10 quanto seu irmão menor, o X10 Mini, seriam lançados com o Android 1.6, mas que eventualmente poderiam ser atualizados. A explicação completa pode ser lida no blog de produtos da Sony Ericsson.
Felizmente, a UX tem algumas melhorias úteis em relação ao Android 1.6. Similar aos widgets do MOTOBLUR, encontrado em smartphones da Motorola, o aplicativo Timescape gerencia a comunicação com seus contatos através de múltiplas contas de e-mail e redes sociais. Mas em vez de mostrar uma maçante lista de contatos, o Timescape mostra seu histórico de atualizações no que chama de “Splines”, uma pilha de cartões em 3D com as mensagens deixadas por seus amigos. Gostei do visual do Timescape, mas senti que ele tenta fazer coisas demais ao mesmo tempo. Não só ele demorou um pouco para carregar, como pareceu carregado demais com informações. 
Para organizar suas músicas e vídeos, o UX tem um recurso chamado de Mediascape, uma mudança bem-vinda em relação ao media player sem graça do Android. Quando é aberto, o Mediascape mostra as faixas tocadas mais recentemente e também suas faixas favoritas. O programa também mostra as capas dos álbuns, e oferece vários modos para navegar pela coleção e reproduzir músicas.
O UX também suporta a tecnologia de reconhecimento de faces. Em teoria este é um recurso muito legal: tire uma foto de um amigo, identifique-o e deixe a UX armazená-la. Da próxima vez em que você tirar uma foto da mesma pessoa, a UX vai reconhecer o rosto e identificá-lo automaticamente. O recurso também permite que você telefone para uma pessoa, simplesmente tocando seu rosto em uma foto. Infelizmente o sistema de reconhecimento de faces não funcionou durante meus testes: testei com várias pessoas, inclusive eu mesma, mas a UX nunca conseguiu se lembrar quem era quem.
Quando informei a Sony Ericsson do problema, eles me disseram que deveria funcionar. Não sei se o problema estava relacionado ao aparelho que testei ou se a tecnologia simplesmente não é tão “esperta” quanto deveria. Planejo continuar brincando com este recurso, mas até o momento não tive nenhuma sorte.
Soberba câmera de 8 MP
A câmera de 8.1 MP com flash LED do X10 é campeã. A interface é intuitiva e vem com um punhado de recursos úteis como “toque para focar” e detecção de sorrisos. Fotos recentes aparecem em uma faixa no rodapé da tela, então você pode facilmente revê-las ou apagá-las.
FIquei particularmente impressionado com quão boas as fotos em ambientes internos ficaram. O flash produz luz no ponto certo, sem “estourar” a imagem. Fotos externas também ficaram ótimas, com cores vívidas e detalhes nítidos, Como outros smartphones Android, o X10 permite o envio de fotos para o Facebook, Picasa e Flickr diretamente do aparelho e de forma fácil.
Também gostei do recurso de gravação de vídeo. O X10 grava imagens em resolução WVGA (854 x 480 pixels) a 30 quadros por segundo. A qualidade de vídeo foi superior à de qualquer outro smartphone Android que já testei. A movimentação foi suave, e notei muito pouca “pixelização” ou ruído na imagem.
Desempenho inconsistente
O X10 realmente brilha no acesso à web, graças ao seu processador Snapdragon de 1 GHz. Páginas cheias de imagens carregaram rapidamente, e a rolagem suave das páginas combinada à tela de 4 polegadas colocam o X10 a par com o iPhone 3GS e Nexus One nesta categoria. Mas, novamente, lamento a ausência do multitoque. Embora o gesto de “double tap” (duas batidinhas na tela) para aproximar a página funcione, controlar o zoom com o já tradicional gesto de pinça seria ainda melhor em um aparelho com uma tela deste tamanho.
O desempenho, infelizmente, não foi consistente. Apesar do processador poderoso, o X10 engasgava em alguns menus. Passear pelo Timescape, por exemplo, às vezes era extremamente lento. Além disso, abrir certos aplicativos demorou mais do que deveria. 
Novamente entramos em contato com a Sony Ericsson, que nos informou que os problemas que encontramos são relacionados ao software de pré-produção em nosso aparelho de testes, ainda não completamente otimizado. A empresa nos garantiu que o problema não ocorre com os aparelhos já nas lojas, que rodam uma versão mais recente do software.
O Sony Ericsson Xperia X10 tem um monte de recursos legais, mas os probleminhas encontrados durante o teste me deixaram com um ligeiro pé atrás. O preço é um tanto salgado (R$ 1.999 no Brasil, sem subsídios do fabricante), mas justo considerando a configuração e recursos. Só esperamos que a Sony anuncie uma atualização para o Android 2.0 logo.

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